Grandes empresas internacionais de coworking (espaços compartilhados de trabalho) decidiram investir no Brasil.
A norte-americana WeWork inaugurou recentemente um espaço na Avenida Paulista e a europeia Spaces em Pinheiros, ambos em São Paulo. As duas têm planos de expansão de curto prazo no Brasil.
“Esperamos estar com 100% de ocupação em seis meses”, afirma Otávio Cavalcanti, diretor da Spaces no Brasil.
A primeira unidade da Spaces ocupa um prédio de cinco andares. Até o fim deste ano, a empresa planeja abrir mais um espaço em São Paulo e outro no Rio de Janeiro.
Atualmente, a Spaces tem 55 centros em 46 cidades de 19 países, com 20 mil usuários. Ela pertence à IWG, dona da Regus, que oferece outro tipo de espaço de trabalho, mais corporativo.
Existem alguns fatores que explicam o interesse pelo Brasil. A crise derrubou o valor dos aluguéis corporativos, e facilitou o investimento das empresas estrangeiras de coworking.
“O mercado apresenta a maior vacância em 10 anos, o que torna os valores mais acessíveis”, diz Cavalcanti.
O executivo acredita que, do ponto de vista do cliente, a situação difícil também beneficia o modelo flexível do coworking. “O espaço convencional fica ocioso 55% do tempo”, aponta.
Networking
A WeWork tem 120 mil membros, instalados em 140 unidades em 15 países. Sua unidade da Avenida Paulista conta com capacidade para 2 mil pessoas.
“Estamos com toda a capacidade contratada”, afirma Lucas Mendes, gerente geral da WeWork Brasil.
A empresa ocupou cinco andares de um prédio na Paulista e, até o fim deste ano, planeja abrir mais cinco espaços no Brasil, sendo mais três em São Paulo e dois no Rio.
Mendes destaca as oportunidades de networking que surgem nos coworkings, tanto presencial quanto digitalmente.
“Temos um aplicativo em que os membros podem publicar oportunidades de negócio para nossa comunidade mundial”, diz o executivo.
A edição mais recente do Censo Coworking Brasil apontou que, em março deste ano, havia 810 espaços de coworking em operação no País, um crescimento de 114% sobre 2016.
Eles oferecem 56 mil estações de trabalho, e movimentam anualmente R$ 82 milhões.