Não é de hoje que os ventos deixaram de soprar favoráveis à economia brasileira. Ainda assim, dados revelam a boa fase das startups – novos negócios, geralmente da área de tecnologia – no País.
De acordo com a Associação Brasileira de Startups (ABS), atualmente há 4,2 mil empresas em desenvolvimento no Brasil. Ainda não há dados compilados do crescimento em 2016, mas o índice foi de 30% no ano anterior.
O estudo Global Startup Ecosystem Ranking 2015, o mais recente realizado pela empresa Compass, apontou São Paulo como a 12ª cidade mais favorável para a criação de novos empreendimentos – a melhor da América Latina.
A explicação pode estar ligada ao DNA dos seus modelos de negócios: enxutos, colaborativos e altamente tecnológicos.
Crescimento
Apesar do cenário positivo, sabemos que nem todas as startups decolam e mais: as que se concretizam nem sempre compartilham a mesma sorte.
Há novatos que quebram nos primeiros meses, outros que apresentam uma curva de crescimento mais previsível e os que fazem sucesso da noite para o dia.
Seja qual for a realidade da empresa, há duas questões determinantes:
- o plano de comunicação de uma startup é tão importante quanto seu plano de negócios e
- a estratégia de comunicação deve acompanhar a realidade dos empreendimentos.
Assim como existem startups com diferentes realidades, há diversas formas de comunicar produtos e serviços a cada stakeholder em múltiplos canais – e isso vai depender do momento desses negócios, do contexto econômico em que eles estão inseridos, do perfil da startup, de seus públicos e objetivos.
São, portanto, muitas questões a serem equalizadas. Empreendimentos pequenos, ainda sem investidores de porte, demandam uma comunicação tão focada quanto certeira.
É um trabalho de formiguinha: consistente, coerente e permanente. Já as startups que vingam, que de uma hora para outra se encontram no centro das atenções, também demandam ações objetivas como as anteriores, é claro, porém mais rápidas e agressivas.
Uma empresa desse tipo precisa, além de se comunicar com o seu público, estar alinhada às necessidades do mercado, respondendo perguntas e se posicionando positivamente frente a questões atuais, desafios e crises.
Comunicação contemporânea
Ao chegar no Brasil, o Uber, por exemplo, teve de conquistar clientes e, ao mesmo tempo, lidar com as questões legais que ameaçavam inviabilizar seu negócio no País.
Hoje, globalmente, os desafios da marca são outros – o presidente da empresa, Jeff Jones, renunciou sete meses após assumir o posto, reacendendo o debate para questões que vêm comprometendo a imagem da companhia.
Algo parecido aconteceu com a Loggi: expandia com sucesso até que precisou lidar com um protesto de seus colaboradores, que reclamavam de condições de trabalho.
Comunicação envolve reputação, confiança e transparência. E só uma comunicação integrada com estratégia bem elaborada e executada, alinhada aos desafios de negócio do cliente e à essência da marca, dá conta do recado na tarefa de construir uma marca, gerar engajamento e concorrer com os grandes.
Uma comunicação contemporânea deve considerar pesquisa, branding, digital, criação e ativação, e pode ser uma das principais responsáveis pelo crescimento da base de usuários e clientes de uma empresa, além de atrair talentos, oportunidades e capital.
- Monica Lourenci é vice-presidente executiva da Zeno em São Paulo