Como a disrupção digital impacta o mercado de arquitetura e interiores

Parte do segredo destes tempos de disrupção digital é saber encontrar o cliente e encantá-lo / Divulgação
Compartilhe

Parte do segredo destes tempos de disrupção digital é saber encontrar o cliente e encantá-lo / Divulgação
Parte do segredo destes tempos de disrupção digital é saber encontrar o cliente e encantá-lo / Divulgação

A disrupção digital vem em ondas.
Primeiro, aparecem novos dispositivos e máquinas – lembre-se dos smartphones e das impressoras 3D – capazes de mudar paradigmas industriais e de consumo.
Na onda seguinte, os usuários adaptam-se a estas inovações. Foi o que impulsionou a economia dos aplicativos e, por consequência, gerou uma infinidade de startups com novos produtos e serviços voltados à tendência móvel.
Por fim, alguns dos velhos hábitos – redes de relacionamento, comportamento de consumo – migram em definitivo para o ambiente digital.
Na visão de Joseph M. Bradley, ex-alto executivo da Cisco e AT&T e um dos maiores especialistas no estudo da disrupção digital, este é o momento em que inevitavelmente as indústrias vão se mover a um centro digital, seja nos modelos de negócios, nas ofertas ou em suas  cadeias de valor.
As indústrias, ok. Mas e os negócios, os profissionais liberais de fora da área de tecnologia da informação, como estão sendo impactados nesse caminho ao centro digital?

Obsolescência tecnológica

Diego Simon, da Viva Decora / Divulgação
Diego Simon, da Viva Decora / Divulgação

O comportamento do usuário/consumidor já é guiado em grande parte pelo digital, o que leva profissões predominantemente analógicas – advocacia, jornalismo e arquitetura, entre outras – a sentir no dia a dia os efeitos da obsolescência analógica.
Algumas profissões responderam mais rápido que outras a esse novo cenário: no direito, diversas plataformas e softwares desenvolvidos nos últimos anos garantiram uma rápida expansão da digitalização da Justiça.
No jornalismo, alguns veículos e profissionais já atingiram a maturidade após duas décadas de experiência em portais e em coberturas online em tempo real.
Em áreas como a arquitetura e o design de interiores, ainda há poucas respostas às demandas do mundo digital. A falta de uma cultura de empreendedorismo na formação pesa nesse momento, em que agilidade e timing são fundamentais para quem quer inovar e fazer diferente.
Eu frequentemente encontro profissionais que não têm conseguido se reinventar e encarar os desafios atuais. Reclamam da falta de clientes e que não sabem onde encontrá-los – mas ainda não perceberam que estamos todos conectados.
A ausência de práticas empreendedoras nas universidades também pesam neste momento em que é necessário o impulso para pensar diferente e agir.

Ciclo do Encantamento

Para profissionais liberais, parte do segredo destes tempos de disrupção digital é saber encontrar o cliente e encantá-lo.
Foi o que percebi desde que comecei a ouvir as dores deste mercado – fui aos Estados Unidos fazer cursos e participar de congressos para entender como ajudar a qualificar os profissionais não-digitais desta área aqui no Brasil.
Reunimos um time de marketing, business e tecnologia para planejar estratégias e conteúdos e criamos uma metodologia, que chamamos de Ciclo do Encantamento, que nos deu a noção de como as ferramentas digitais hoje são determinantes para a geração de novos negócios em ambientes no-tech como o mercado de arquitetura e design de interiores, no qual atuamos.
E algumas premissas ficaram claras:

  • A primeira camada de relacionamento com o cliente deve ser digital. É isso que, no longo prazo, gera público. E isso pode ser aplicado em inúmeras áreas do conhecimento.
  • Pense em escala. O relacionamento pode – e deve – ser automatizado para alcançar um público mais amplo. Até chegar ao contato de fato, real, com os clientes.
  •  Quem educa o mercado domina o mercado.

O momento transformador no qual vivemos gera incertezas e inseguranças, isso é fato. Por outro lado, nunca tivemos tantas ferramentas disponíveis para testar novas formas de nos relacionarmos profissionalmente.
Ainda veremos muitas empresas e profissionais mudarem seus serviços em função do comportamento online. O importante é estar atento e saber nadar, para encarar as próximas ondas de disrupção digital que certamente virão.

  • Diego Simon é presidente da Viva Decora e cofundador da VivaReal

Compartilhe
Publicação Anterior

No Roda Viva, Ethevaldo Siqueira fala sobre o futuro da tecnologia

Próxima Publicação

Fintech brasileira Biva aposta em crédito estudantil

Veja também