Transformação digital pode demorar no Brasil

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Frank Koja, da IBM, fala sobre a tendência de nuvem híbrida na transformação digital no Brasil / Mariana Lima/inova.jor
Frank Koja, da IBM, fala sobre a tendência de nuvem híbrida na transformação digital no Brasil / Mariana Lima/inova.jor

O receio na adoção de novas tecnologias deve fazer as empresas brasileiras gastarem mais tempo do que o esperado no processo de transformação digital.
A conclusão faz parte de uma análise de tendências e dados sobre adoção de tecnologias primordiais para a transformação digital, discutida ontem (1/12) no evento Inovação em Debate, realizado pela IBM Brasil.
Segundo Frank Koja, vice-presidente de sistemas de hardware da IBM Brasil, 90% das informações disponíveis hoje no mundo foram armazenadas somente nos últimos dois anos.
Para Koja, o crescimento dos dados armazenados faz parte de uma tendência mundial e tem relação direta com os 16 bilhões de dispositivos constantemente conectados e gerando informações.
“Hoje 90% dos usuários carregam algum dispositivo móvel durante todo o dia. Para se tornarem competitivas, as empresas vão precisar utilizar os dados gerados por eles”, disse.

Dados obscuros

Segundo os dados da IBM, de todos os dados armazenados hoje no mundo, as empresas têm acesso a apenas 12%.
Os demais 88% correspondem aos dados obscuros, ou seja, informações não estruturadas ou armazenadas em nuvem (cloud computing).
O armazenamento desses dados é um dos novos desafios da indústria. A nuvem é a aposta do mercado para garantir flexibilidade de armazenamento, com agilidade e baixo custo.
Para Pietro Delai, analista do IDC Brasil, sem a adoção da tecnologia em nuvem as empresas brasileiras não serão competitivas em pouco tempo.
“Vivemos um desafio crescente do armazenamento. E, em relação aos outros países, o Brasil está um pouco atrasado na adoção de serviços em nuvem”, disse Delai.
Entre os motivos para o atraso do País está os problemas de infraestrutura e de serviços de telecomunicações.
Outro fator que atrasa a transformação digital é um aspecto cultural.
“Algumas empresas ainda têm receio de colocar todos o seu data center na nuvem. Autorizar que seus dados não fiquem mais totalmente dentro da companhia traz temor à alguns executivos”, disse Delai.
Para evitar que o processo brasileiro seja ainda mais lento, a expectativa é que as empresas se adaptem ao sistema de nuvem híbrida.
Nesse modelo, parte dos dados ficam armazenados em um sistema de nuvem pública – como Amazon, Google, Microsoft ou a própria IBM – e o restante fique guardado nos data centers das companhias.
“Muitos empresários ainda estão tentando entender o que é nuvem e quais são as vantagens. Mas gradualmente o número de interessados tem aumentado no Brasil”, completou Delai.


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