Quando a internet das coisas se torna inteligente

A Local Motors desenvolveu o ônibus autônomo Olli / Frank Gruber/Creative Commons
Compartilhe

Internet das coisas: A Local Motors desenvolveu o ônibus autônomo Olli, que circula em National Harbor / Frank Gruber/Creative Commons
A Local Motors desenvolveu o ônibus autônomo Olli, que circula em National Harbor / Frank Gruber/Creative Commons

A tão falada internet das coisas já está presente em nossas vidas e na estratégia de companhias dos mais diversos setores, mostrando que é um caminho sem volta.
A chamada IoT também é uma das tendências tecnológicas que cada vez mais consumirá investimentos em pesquisa e inovação.
Estamos falando de objetivos como carros mais sensorizados que verificam o correto funcionamento de seus componentes e identificam o comportamento dos motoristas, dispositivos vestíveis que monitoram a saúde e a localização de idosos e máquinas interconectadas, que controlam cadeias produtivas dentro e fora de fábricas.
Pode ser que o termo internet das coisas – comumente usado e disseminado na mídia – seja novo, mas as tecnologias que fazem parte de suas soluções já estão entre nós há mais tempo.
Redes de comunicação, placas de microeletrônica, sensores, a própria internet e dashboards não são coisas novas. Juntas, porém, têm possibilitado a criação de novos modelos de negócio e a transformação digital de muitas empresas, em função de sua expansão e crescente barateamento.
Tecnicamente, essas aplicações ainda têm como base a coleta de dados, a aplicação de regras e tomada de ações a partir dos seus valores.
Por exemplo, o envio de alertas, a atuação de um dispositivo em comandos do tipo liga/desliga e a capacidade de geração de insights para identificação de tendências, mitigação de riscos e redução de custos.

Computação cognitiva

Fabio Cossini, da IBM / Divulgação
Fabio Cossini, da IBM / Divulgação

Mas que outras tecnologias levarão a internet das coisas a novos usos e melhoria da interação entre ela e as pessoas que a cercam?
Sem dúvidas, a computação cognitiva é uma delas. Para entender como isso já está se tornando possível, é necessário compreender o que é cognição.
Esse conceito está associado às atividades mentais que um ser humano executa, entre elas entender, falar, ler, aprender e lembrar.
Vamos a alguns exemplos. Quando uma criança leva um choque na tomada, ela aprende a nunca mais colocar o dedo ali, mesmo sem entender o conceito de eletricidade.
Ao se preparar para uma trilha na mata, uma aventureiro cria um modelo de como será sua caminhada a partir das próprias experiências, textos técnicos, depoimentos, fotos, mapas e vídeos do local, assim ele consegue garantias de que terá lazer, segurança e conforto.
Ao longo dessa viagem, ele testará esse modelo com o equipamento que levou (botas, jaquetas, segunda pele, entre outros) e criará novo aprendizado para futuras trilhas.
Trazendo esse conceitos para o universo corporativo, também temos exemplos legais. Como a Local Motors, que desenvolveu um ônibus autônomo que trafega em National Harbor, Maryland, e se comunica com seus passageiros.
Além de coletar dados sobre seu próprio funcionamento e sobre as vias por onde veicula, o veículo captura sentimentos expressos pelos passageiros – por meio da linguagem natural ou via  reconhecimento visual.
As soluções da Siemens para edifícios inteligentes têm coletado dados sobre seus ocupantes para identificar ainda mais o seu comportamento.
E a Kone, finlandesa fabricante de elevadores que transporta 1 bilhão de pessoas por dia ao redor do mundo, começou a interagir diretamente com os usuários para saber mais sobre seus gostos e preferências.

Infinitos modelos de negócio

A ideia, nos três casos, é criar modelos matemáticos que reflitam a realidade e que possam ser usados para a oferta de novos produtos e serviços às pessoas.
Essa união entre a internet das coisas e a computação cognitiva é o que permite a essas empresas (e outras mais) a criação de novos modelos de negócios.
Dados de contexto, de interações por meio de linguagem natural ou de imagens capturadas por dispositivos diversos, passam a fazer parte de análises cada vez mais complexas e contribuem para o aprendizado de máquinas .
Com os modelos criados por esse tipo de prática, passa-se a conhecer e predizer comportamentos e, com isso, é possível gerar novos e infinitos modelos de negócio.
Com novas tecnologias e com o desenvolvimento das atuais, as soluções de IoT contribuirão para que as pessoas tenham mais qualidade de vida e para que empresas sejam mais eficientes e lucrativas.
Nesse contexto, fica claro que a computação cognitiva terá um papel fundamental para contribuir no entendimento das interações humanas e na criação de modelos baseados no aprendizado de máquinas.
E, se tudo correr bem, viveremos a era em que finalmente os novos serviços e produtos satisfarão nossas necessidades.
A evolução da internet das coisas está só no começo.

  • Fabio Cossini é arquiteto de TI da IBM Brasil

Compartilhe
Publicação Anterior

Como diferenciar as notícias falsas das verdadeiras

Próxima Publicação

Burt Rutan: ‘Fazer pesquisa é buscar o impossível’

Veja também

A segunda edição do workshop sobre inovação na mídia será realizado no CO.W Berrini / Renato Cruz/inova.jor

Inscreva-se no workshop sobre inovação na mídia

Compartilhe

Compartilhe O mercado de comunicação tem mudado rapidamente. Avanços tecnológicos tornam possíveis novos modelos de comunicação, ao mesmo tempo em que colocam em risco negócios estabelecidos. Conduzido por Renato Cruz, editor do inova.jor, o workshop vai apresentar conceitos de inovação e […]


Compartilhe
A adoção de metodologias ágeis favorece a transformação digital das empresas / Renato Cruz/inova.jor

Sua empresa já se transformou hoje?

Compartilhe

CompartilheO sonho de todo executivo é ver sua equipe alcançar bons resultados, agir com eficiência, fazer entregas assertivas aos clientes e, assim, aumentar a receita da companhia. Para essa conta fechar, muitos fatores são necessários, […]


Compartilhe