No começo da World Wide Web, poucas pessoas perceberam que todos estariam na internet. Nos últimos anos, no entanto, tornou-se impensável para uma empresa manter-se fora do mundo digital.
Com a procura brutal por domínios chamados de primeiro nível, com terminações como .com e .br, é natural que seja cada vez mais difícil encontrar um endereço que ainda não tenha sido registrado.
Para se ter uma ideia, segundo a Internet Corporation for Assigned Names and Numbers (Icann), entidade responsável pela administração de nomes e números da internet, atualmente existem mais de 334,6 milhões de endereços registrados no mundo.
A grande quantidade de registros tem relação com a facilidade de compra de um domínio. Hoje, qualquer pessoa pode comprar um endereço na internet com poucos cliques.
A venda de domínios é feita pelas empresas chamadas operadoras, registradas e autorizadas pela Icann. No Brasil, estão entre as operadoras mais conhecidas o UOL Host, GoDaddy e a LocaWeb.
Expansão do mercado
Os endereços que terminam com .com ou .net representam quase metade dos domínios registrados. Para evitar endereços de sites com muitos caracteres, o Icann autorizou a venda de novos domínios como .website, .online, .blog, .rio e .xyz, entre outros.
Para Erica Saito, consultora da Radix para a América Latina, os novos domínios vão criar uma nova era para internet.
“Empresas como a Apple, BMW, Google e Amazon gastaram milhões de dólares para funcionar como operadoras de domínios. Isso é um sinal claro que esse é um mercado bom de se investir e que vai crescer muito em breve”, diz Saito.
Para a executiva, as grandes empresas de tecnologia foram as primeiras a pensarem no potencial dos novos registros. Isso indica que, em breve, os usuários de internet verão com maior frequência sites como www.amazon.blackfriday no lugar de apenas o tradicional .com.
“Os novos domínios criam opções de escolha, permitem a inovação e apoiam o empreendedorismo na internet. Isso tudo com extensões que possuem um significado, geram concorrência saudável e possibilitam expressar geolocalização e interesses”, diz Saito.
Segurança
As novas opções, no entanto, podem ser um perigo para empresas pouco atentas ao mundo da internet. Isso porque, é comum que cibercriminosos comprem registros e os utilizem como forma de denegrir a imagem de uma empresa para exigir posteriormente um valor como resgate.
O advogado Rodrigo Azevedo é especialista em direito digital. Segundo ele, já existem criminosos especializados em comprar domínios para ganhar dinheiro.
“Costumo dizer as empresas que o ideal é agir preventivamente, comprando os domínios antes dos criminosos. Isso evita um desgaste de imagem e uma perda financeira com pedidos de litígio depois”, diz Azevedo.
O Brasil é o sétimo país com o maior quantidade de domínios registrados. Segundo o Registro.br, existem mais de 3,9 milhões de sites terminados em .br atualmente no País.