Empresas do mundo inteiro passam por um período de transformação digital. Durante esse processo, executivos precisam conhecer melhor a figura do hacker, criminoso disposto a tirar vantagens ao criar o caos.
Entender como agem os hackers é a primeira etapa para manter os dados da empresa em segurança. É o que acredita Thomas Geiger, diretor de operações da empresa alemã CenterTools, especializada em segurança da informação.
“A transformação digital da sociedade abre uma nova e grande via de acesso ao ataques de hackers”, disse hoje (13/9) durante o evento it-sa Brasil 2016, em São Paulo.
Para o especialista, a falta de atenção em seguranças de dados é algo histórico, que começou com o uso comercial da internet. Foi a partir de episódios de grande impacto que empresas começaram a prestar a atenção nesse assunto.
Em pouco tempo, no entanto, o cibercrime se tornou um negócio milionário. O primeiro grande ataque por vírus, em 2000, chamado de “I Love You”, infectou dezenas de milhares de computadores no mundo inteiro, trazendo cerca de US$ 15 bilhões em prejuízo.
Hoje, com inúmeras variações de malwares, estima-se perdas mundiais de cerca de US$ 400 bilhões por ano devido a ataques cibernéticos.
“O malware se tornou um produto comercial. É preciso que os executivos entendam de uma vez por todas que quem faz isso não é mais um garoto nerd que infecta computadores com vírus por diversão. Há no mundo uma poderosa indústria de crime disposta a tirar vantagem”, diz Geiger.
Medidas de segurança
Para evitar perder valores e informações na rede é possível que as empresas tomem algumas atitudes.
Uma delas, é ensinar os funcionários a realizar boas práticas do mundo digital. Estima-se que 70% dos ataques criminosos bem-sucedidos aconteçam por comportamento errado dos usuários.
Também é necessário investir em técnicas e soluções de seguranças dentro das empresas. Auditorias internas precisam ser feitas com frequência para garantir a segurança dos dados.
A questão, no entanto, precisa ser vista com velocidade. Isso porque o mundo está no que os especialistas consideram a metade da transformação digital.
A próxima fase dessa transformação será a integração e tráfego de dados entre máquinas, sem ser necessário a participação humana neste processo, no que a indústria chama de internet das coisas.
Em sistemas poucos seguros, essa tecnologia será uma grande porta de entrada para contaminações, acredita Geiger.