Como a indústria brasileira pode competir com a China

O Labelectron, da Fundação Certi, combina pesquisa e fabricação de produtos / Renato Cruz/inova.jor
Compartilhe

Indústria: O Labelectron, da Fundação Certi, combina pesquisa e fabricação de produtos / Renato Cruz/inova.jor
O Labelectron, da Fundação Certi, combina pesquisa e fabricação de produtos / Renato Cruz/inova.jor

FLORIANÓPOLIS
A crise da indústria brasileira começou antes da crise. O faturamento real do setor foi, em maio deste ano, o pior desde fevereiro de 2009.
A participação dos produtos manufaturados nas exportações brasileiras, que havia chegado a 61% em 2002, está atualmente em 36%.
O Labelectron, fábrica-laboratório da Fundação Certi, tem entre os seus desafios desenvolver projetos para tornar indústrias mais competitivas.
“Uma questão importante é como competir no mercado internacional”, afirma Carlos Alberto Alves, diretor executivo do Centro de Produção Cooperada da Certi. “A tecnologia passa a ser consequência.”
No ano passado, a Certi, em parceria com o Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil do Senai (Cetiqt), desenvolveu um projeto de confecção do futuro, numa iniciativa da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) e da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI).
Segundo Alves, o desafio era projetar uma fábrica de confecções capaz de disputar mercado com a China. A Sol Sports, de Jaraguá do Sul (SC), foi escolhida para implementar os conceitos definidos no projeto.

Manufatura avançada

O estudo desenvolvido pela Certi e pelo Senai Cetiqt identifica as seguintes características na confecção do futuro:

  • personalização em massa;
  • certificação da qualidade do produto;
  • vendas pela internet;
  • integração da cadeia de valor apoiada em tecnologia da informação e comunicação (TIC);
  • gestão profissionalizada; e
  • tempo rápido de resposta (time to market).

A busca da competitividade passa pelo conceito de Indústria 4.0. Criado na Alemanha, ele se refere à quarta revolução industrial, em que plataformas eletrônicas controlam processos físicos e as informações fluem entre os sistemas de gestão empresarial e de relacionamento com clientes e a produção.
A primeira revolução industrial foi trazida pela mecanização movida a energia hidráulica e a vapor. A segunda revolução industrial chegou com a linha de montagem e o motor elétrico. A terceira, com os robôs e as máquinas automáticas. A quarta aplica tecnologias como big data, computação em nuvem e internet das coisas à manufatura.
Nos últimos anos, novas tecnologias de automação fabril chegaram a um custo competitivo com o do trabalhador chinês.
Por aqui, temos desafios que vão da alta carga tributária à falta de infraestrutura logística, passando pela necessidade de atualizar o chão de fábrica. A idade média do parque instalado de máquinas por aqui é de 17 anos.
Criado em 2002, o Labelectron emprega 90 pessoas. Além de servir de laboratório de técnicas avançadas de manufatura, suas instalações são usadas pela Produza para fabricar placas eletrônicas em pequenos lotes.

  •  O jornalista viajou a convite da Fundação Certi

Compartilhe
Previous Article

Febre do Pokémon Go traça futuro móvel para Nintendo

Next Article

Por que a Natura quer estar perto das startups

You might be interested in …

A terceira edição do Webinar Eficiência e Segurança na Nuvem teve a participação do Jose Antonio Furtado, da Nexa Resources, e do Daniel Buono, da Cyrela

Migração para a nuvem acelera inovação

Compartilhe

CompartilheNa terceira edição da mesa-redonda virtual Eficiência e Segurança na Nuvem ganharam destaque temas como resultados proporcionados pela adoção de cloud computing, a influência do isolamento social na aceleração dos projetos e o cenário pós-pandemia […]


Compartilhe