Antes de criar a Magnetis, Luciano Tavares atuou por quase duas décadas como gestor de investimentos. Ao fundar a startup, sua ideia foi oferecer, a um público amplo, o planejamento financeiro que normalmente era restrito a quem tem muito dinheiro.
A Magnetis é uma das fintechs (empresas de tecnologia que oferecem serviços financeiros) que pretendem modificar a maneira como as pessoas investem.
Por meio de um questionário, o investidores pode traçar seu perfil financeiro gratuitamente e elaborar um plano de investimentos a partir desse perfil. No primeiro ano de atividade, a empresa registrou mais de 10 mil cadastros.
“Percebi que esse era um modelo que dava certo nos Estados Unidos, mas não sabia como seria a recepção dos brasileiros”, afirma Tavares.
Uma diferença importante é que a cultura de investimento em ações é muito mais forte nos EUA. “Um investidor com perfil de risco moderado tem uma carteira de 50% ou mais de ações. Aqui no Brasil, fica entre 10% e 15%”, exemplifica o executivo.
Carteira
O sistema apresenta uma proposta detalhada de carteira. Caso queira seguir em frente, o investidor abre uma conta na Easynvest, corretora parceira da Magnetis, e paga uma taxa para manter essa carteira.
“Os bancos cobram em média 2% por ano, e as corretoras costumam ser um pouco mais baratas”, diz Tavares. “O custo da nossa carteira está em cerca de 0,4% ano ano.”
A Magnetis é remunerada diretamente pelo investidor, o que evita conflitos de interesse como os que acontecem algumas vezes nas agências bancárias, em que gerentes têm metas a cumprir.
O investimento mínimo é de R$ 25 mil. Tavares achava que a Magnetis atrairia investidores que têm até R$ 1 milhão, mas a startup já conta com três clientes com vários milhões.
O sistema da Magnetis faz uma projeção de performance e vai ajustando a carteira conforme o comportamento real do mercado.
No ano passado, a startup recebeu R$ 3,2 milhões de investimento da Monashees, Redpoint e.ventures, 500 Startups e Guilherme Horn (fundador da Ágora e da Órama).
Recentemente, a Edelman divulgou um estudo em que aponta que a confiança do brasileiro no setor de tecnologia e nas instituições financeiras beneficia o crescimento das fintechs.