As atividades de inovação e de tecnologia da informação devem ficar sob a responsabilidade do mesmo executivo? Esse é o modelo adotado pela Ferrovial, empresa espanhola de infraestrutura.
Na semana passada, seu diretor de Informação e Inovação, Federico Flórez, participou em São Paulo de um evento da CIONet Brazil, rede de diretores de tecnologia da informação.
“Considero um erro separar tecnologia da informação e inovação, pois a equipe de tecnologia é quem implementa a estratégia de inovação”, afirma Flórez, em entrevista ao inova.jor. “Acredito que, somente quando a área de tecnologia não está bem, e seus esforços estão totalmente focados em resolver problemas do dia a dia, não é recomendado manter as duas atividades juntas.”
Segundo Flórez, é muito difícil conseguir de funcionários inovações rompedoras, já que normalmente as ideias que vêm deles indicam melhoras para produtos e processos que já existem.
A estratégia da Ferrovial para conseguir esse tipo de inovação é buscá-las em startups, por meio de desafios de negócios. A empresa busca identificar essas empresas iniciantes em plataformas via internet.
A Ferrovial não investe diretamente em startups, mas assina contratos para torná-las fornecedoras. “Adotamos o modelo de inovação aberta”, afirma o executivo. “Quando identificamos que a startup possui um ativo real, a Ferrovial se torna cliente dela.”
Isso acontece somente depois de que a solução oferecida pela startup passa por um teste numa situação real, como prova de conceito. A empresa busca parcerias com companhias iniciantes de várias partes do mundo, como Estados Unidos, Israel e Ásia, e não somente da Espanha ou da Europa.
No ano passado, a Ferrovial registrou faturamento de € 9,7 bilhões.
CIONet
O evento “Inovação & Startups”, da CIONet, aconteceu na quarta-feira passada, no Cubo. O evento reuniu 180 participantes.