Sediada em Botucatu, interior de São Paulo, a Genotyping recebeu recentemente um investimento de R$ 4 milhões do Fundo de Inovação Paulista. A empresa faz testes genéticos que até bem pouco tempo atrás estavam disponíveis somente fora do Brasil. “Passamos a ter um foco forte em saúde humana a partir de 2013”, afirma Manoel Afonso Braga, presidente da Genotyping.
Fundada em 2008, a empresa de biotecnologia tinha como objetivo inicial a identificação de leveduras para o setor sucroalcooleiro. “Fomos um dos primeiros a usar sequenciamento genético de última geração”, diz Debora Colombi, diretora científica e fundadora da Genotyping.
Desde janeiro, a Agência Nacional de Saúde (ANS) incluiu na sua lista de procedimentos com cobertura obrigatória o exame genético BRCA1/BRCA2, para detecção de câncer hereditário de mama e ovário. Esse é um dos exames oferecidos pela Genotyping.
“O que me motivou a empreender foi que muitas técnicas que existiam na universidade não chegavam à população”, explica Debora. Atualmente, existem outros laboratórios que fazem esse tipo de exame no Brasil.
Segundo Braga, depois do investimento do Fundo de Inovação Paulista, a empresa empreende um grande esforço para divulgação dos seus serviços junto à comunidade médica.
“Queremos mostrar que exames que antes eram feitos nos Estados Unidos podem ser feitos aqui”, explica o executivo. O preço é parecido, mas, enquanto o resultado de um exame feito no exterior pode demorar três meses, o que é feito por aqui sai em 45 dias.
Interesse dos investidores
Um estudo feito no ano passado pelo Sebrae sobre as startups de São Paulo mostrou que aquelas que atuam no setor de saúde estão em terceiro lugar no interesse dos investidores, com 27% das respostas, ficando atrás somente das áreas de educação e tecnologia (ambos com 30%).
No ano passado, a Memed é uma empresa que recebeu um investimento de US$ 500 mil como vencedora da etapa latino-americana da competição de startups QPrize. Metade do dinheiro veio da Qualcomm Ventures e o restante dos fundos Astella Investimentos, Monashees Capital e Redpoint eventures.
A empresa nasceu para resolver o problema das receitas médicas que não são entendidas pelo farmacêutico. Nascida em 2012, a plataforma tem informações e bulas de mais de 20 mil medicamentos credenciados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
O serviço já conta com mais de 25 mil profissionais cadastrados. O médico consulta as informações do banco de dados de medicamentos e elabora uma receita com mais informações precisas e de fácil leitura.
Para os médicos, o serviço é gratuito. O modelo de negócios da Memed é, a partir do segundo semestre, gerar tráfego para farmácias.
A ideia foi expandir a plataforma antes de criar fontes de receita. “Vender dá trabalho”, explica Ricardo Moraes, presidente e cofundador da Memed. “Se tivéssemos começado a vender antes, poderíamos ter perdido o foco de criar uma plataforma grande.”