A internet das coisas (IoT, da sigla em inglês) deve revolucionar as organizações brasileiras num prazo de três a cinco a anos. A expectativa é do próprio empresariado brasileiro, que planeja aumentar investimentos na tecnologia.
Os dados fazem parte de um estudo realizado pela IBM, baseado em entrevistas com executivos de empresas de todo o mundo, incluindo o Brasil. O estudo também identifica formas de ganhar dinheiro com informações geradas pela internet das coisas.
Globalmente, a IoT se mantém na terceira posição na lista das principais tendências tecnológicas para até cinco anos. As outras duas tendências são computação em nuvem e soluções móveis (ou mobilidade).
“Observamos que 55% das empresas querem investir mais de 5% de seu faturamento em IoT para alavancar os negócios. Levando em consideração que, há pouquíssimos anos, o investimento em toda a área de tecnologia da informação dessas empresas ficava entre 5 e 7%, fica nítida a importância que a IoT tem para essas organizações”, afirma Carlos Tunes, líder de Business Analytics da IBM Brasil.
Novos modelos de negócio
E o investimento acompanha expectativas altas. Entre os entrevistados, 69% acreditam que a internet das coisas pode ajudar a aprimorar seu ramo de negócios por meio de novos modelos e fluxos de receita.
Sessenta e cinco por cento dos executivos ainda não conseguem dizer claramente qual será o retorno sobre o investimento. “Essa incerteza faz parte do processo de maturidade da tecnologia. Escutamos de alguns executivos que o tema é importante, que deve manter o investimento, mas que não consegue cravar a percentagem de retorno absoluto. A certeza é que o retorno será de 30% pra cima”, diz Tunes.
O principal desafio das empresas, no entanto, é a interação dos dispositivos de IoT, seguido de preocupação com a segurança, privacidade e governança.
“Percebemos que grande parte das empresas espera transformar a IoT em uma oportunidade de revolucionar o seu negócio e, claro, melhorar a experiência do consumidor final”, explica Tunes.
Outro tema em destaque são novas formas de negócios geradas pela IoT. Segundo o estudo, a tecnologia garante três novas fontes de receita: geração de dados, transformação de dados em informação útil e aplicação para o usuário final ou para uma empresa.
Para garantir o sucesso desse novo mercado as empresas tendem a trabalhar cada vez mais em ecossistemas de troca de informação. “Os executivos estão percebendo que podem vender informações que geram para outras empresas ou usá-las para ampliar novos mercados. Esse ecossistema tende a ampliar cada vez mais”, conclui.