O computador quântico é o futuro. E isso já faz muitos anos. Com o investimento de grandes empresas e de startups, finalmente esse futuro parece estar próximo de se concretizar.
Os computadores quânticos são capazes de realizar rapidamente cálculos complexos que as máquinas atuais demorariam anos para resolver – ou nunca conseguiriam.
Uma startup americana chamada Rigetti Computing, que tem 15 funcionários e levantou investimento de US$ 5 milhões, pretende até o fim do próximo ano colocar no mercado chips para computadores quânticos.
Em entrevista à Technology Review, Chad Rigetti, fundador da empresa, afirmou que seu processador será capaz de executar simulações químicas altamente precisas, criando novos processos industriais, e ser adotado em sistemas de aprendizado de máquina, campo da inteligência artificial em que os computadores aprendem coisas a partir da experiência, sem a necessidade de nova programação.
Atualmente, a Rigetti Computing testa um protótipo de três “qubits”, formados por circuitos de alumínio sobre uma placa de silício. O qubit (contração em inglês de bit quântico) é a unidade básica de informação nos computadores quânticos. Enquanto o bit dos computadores convencionais pode valer zero ou um, o qubit consegue armazenar uma superposição de zero e um, o que faz com que a máquina seja capaz de realizar vários cálculos ao mesmo tempo.
Apesar de a ideia do computador quântico ter sido proposta pelo físico Richard Feynmann no começo da década de 1980, o desafio tecnológico de concretizá-la não é simples. Os estados quânticos, nos quais se baseiam os qubits, são tão frágeis que a mera observação pode modificá-los.
Chad Rigetti prevê que um chip com 100 qubits já teria uma performance melhor que os computadores atuais. A startup planeja também criar um serviço de computação quântica na nuvem, em que clientes pagariam para que seus cálculos fossem executados remotamente.
Corrida pelo computador quântico
O Google tem projetos de computação quântica em seu laboratório. A empresa grande potencial na tecnologia para aplicações de inteligência artificial, como a interpretação da linguagem, reconhecimento de imagens e até o controle de carros autônomos.
O gigante das buscas é um dos clientes da canadense D-Wave, a primeira companhia a colocar um computador quântico no mercado. Ainda existe um grande debate na comunidade científica, no entanto, sobre a máquina da D-Wave ser ou não um computador quântico.