A inovação aberta e o movimento das startups tem sido um agente de mudança implacável. Principalmente nos modelos de negócio hoje maduros e que fazem parte dos grandes conglomerados empresariais.
Aliás, alguns destes empresários já estão se intitulando “dinossauros apavorados”. Estão em franco processo de extinção e com negócios que apresentam perda de valor acelerada.
O contraponto ou até mesmo a contracultura da inovação aberta é o movimento do intraempreendedorismo.
Assim, ao abordar a inovação de forma sistêmica e vendo-a da perspectiva da empresa, vislumbra-se um “copo meio cheio”.
Ou seja, não se trata de ações isoladas direcionadas somente ao mercado, mas de um mix de oportunidades.
São conectadas ao ambiente interno de uma organização que já existe e com escala. Além de sistemas de back office instalados e grande alcance através de seus canais de distribuição.
Neste sentido, a cultura do empreendedorismo ganha espaço dentro das organizações para que novos resultados possam ser alcançados e estimados.
Chave do intraempreendedorismo
Assim, esse olhar atento ao desenvolvimento de soluções, por meio do estímulo de empreender a favor da empresa, é chamado intraempreendedorismo.
Acredito muito na importância desse processo de colaboração para impulsionar realizações que representam grandes saltos de inovação.
Intraempreendedores buscam, criam, implementam ideias e possuem capacidade de analisar cenários e encontrar oportunidades.
São colaboradores capazes de levar a organização a novos negócios. Além de transmitir orientações diferenciadas para desenvolvimento de produtos, serviços, tecnologias, técnicas. Enfim, soluções assertivas.
Esse processo é indispensável às empresas já estabelecidas. Afinal, ao alcançar determinado patamar de estabilidade, a organização pode perder ou reduzir seu potencial empreendedor.
É justamente nesse ponto que a disrupção, trazida pelo protagonismo desses colaboradores, se torna imprescindível para uma readequação, ou até mesmo a um reposicionamento, no mercado.
Localidade
O Brasil ainda não engrossou a lista dos países que visam o intraempreendedorismo como forma de crescimento. Muitas companhias nacionais não conseguem enxergar esse viés amplo de inovação.
Temos movimentos pioneiros, e muito interessantes neste sentido. Como a Fundação Dom Cabral, eleita pela 13ª vez consecutiva em 2018 como a melhor escola de negócios da América Latina segundo o Ranking de Educação Executiva do jornal inglês Financial Times.
Em parceria com a Liga de Intraempreendedores, a fundação criou o Centro de Intraempreendedorismo com o objetivo de auxiliar na criação de uma cultura de inovação no ambiente empresarial.
Assim, iniciativas como essa ajudam a fomentar, inclusive, o desenvolvimento econômico do nosso país. Afinal, fortalecem a geração de maior diferencial competitivo às organizações.
Por fim, se olharmos para o cenário preocupante, em que ainda transitamos nas consequências de um período de crise, constatamos o quanto é obrigatório encarar esse processo frente.
Sempre validando o intraempreendedorismo como chave para a construção de algo realmente novo.
- Marcos Campos Bicudo é presidente da Vedacit