O presidente do Facebook, Mark Zuckerberg, anunciou ontem (11/1) que as pessoas vão ver menos conteúdo de empresas, marcas e mídia na rede social.
Na prática, o que ele está dizendo é que, se quiserem aparecer para as pessoas no Facebook, as empresas têm de pagar. Mesmo se for um site de notícias.
Ou seja, sem bilheteria não tem circo.
Do ponto de vista do Facebook, faz todo sentido. A rede social é uma plataforma de publicidade. Sem demérito nenhum nessa definição.
Qualquer empresa que tenha na venda de anúncios a principal fonte de receitas – seja jornal impresso, emissora de televisão, site, Google ou Facebook – é uma plataforma de publicidade.
Quando o inova.jor publica o link para uma reportagem na rede social, é como se estivesse publicando um anúncio que diz: “Leia o inova.jor“.
Por que o Facebook aceitaria esse anúncio de graça se pode cobrar por ele?
Menos tráfego
A perda de alcance das publicações das fanpages não é um fenômeno recente, e está diretamente relacionada à estratégia da empresa de ampliar receita.
Durante o ano passado, a rede social deixou de ser a principal fonte de tráfego para sites de notícias.
Segundo a empresa de análise de dados Parse.ly, em janeiro, o Facebook era responsável por 39% do tráfego e o Google por 34%.
Em novembro, o Google respondia por 44% e o Facebook por 26%.
Essa mudança coloca em cheque a importância de uma empresa ou marca ter muitos seguidores no Facebook.
Para que ter milhões de seguidores com os quais não se tem contato direto? Na verdade, os seguidores são da rede social.
Bem-estar
Zuckerberg anunciou, em sua publicação, que as pessoas passarão a ver mais publicações de família, amigos e grupos dos quais participam.
O Facebook tem pesquisado o comportamento de seus usuários.
“A pesquisa mostra que quando usamos mídias sociais para nos conectarmos com pessoas com as quais nos importamos, isso pode ser bom para o nosso bem-estar”, escreveu o fundador da rede social. “Podemos nos sentir mais conectados e menos sozinhos, e isso tem correlação com indicadores de longo prazo de felicidade e saúde.”
Ou seja, ele quer que as pessoas se sintam bem quando usam a rede social.
É uma posição coerente, já que pessoas são o principal produto da empresa. É audiência a ser vendida a anunciantes.