Efeito ‘zap zap’ começa a chegar aos meios de pagamento

Fintechs conseguem oferecer simplicidade, segurança e preços menores / Divulgação
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Fintechs de meios de pagamento conseguem oferecer simplicidade, segurança e preços menores / Divulgação
Fintechs de meios de pagamento conseguem oferecer simplicidade, segurança e preços menores / Divulgação

É sempre curioso ver no dia a dia o efeito de uma tecnologia que provoca disrupção num mercado ou nicho que todos já davam como consolidado.
O exemplo mais recente e flagrante disso é a substituição das chamadas de voz e texto via operadoras por aplicativos gratuitos como o Skype e o WhatsApp.
O tal do ‘zap zap’, diga-se de passagem, se popularizou de tal forma que a maioria dos planos das operadoras hoje contemplam milhares de trocas de mensagens de texto gratuitas como bônus, independente de quanto o cliente paga pela linha.
A bem da verdade, não é bônus, simplesmente o SMS não faz mais sentido.

Desbancarizados

Paulo Kulikovsky, da Acesso / Divulgação
Paulo Kulikovsky, da Acesso / Divulgação

Pois bem, o mesmo efeito disruptivo que está acontecendo na telefonia começa agora a ocorrer no segmento de meios de pagamento.
A meu ver, dois fatores primordiais contribuem para isso:

  • o primeiro foi a regulamentação – por parte do Banco Central, das instituições de pagamentos e do processo de abertura de contas digitais; e
  • o segundo, sem sombra de dúvida, foi a popularização dos smartphones, cuja base já supera de longe a de computadores, com mais de 200 milhões de aparelhos celulares em uso.

O primeiro impacto que estamos presenciando acontece entre os chamados desbancarizados. Estima-se que 55 milhões de brasileiros com mais de 18 anos não tenham conta em banco hoje no país – e, arrisco-me a dizer, que dificilmente vão querer ter, mesmo que possam, daqui para frente.
Esse contingente que os bancos tradicionais não conseguiam atender possui uma renda anual superior a R$ 600 bilhões para gastar, o equivalente ao Produto Interno Bruto (PIB) de países como Kuwait, Equador e Nova Zelândia.
São autônomos, donas de casa, empregados sem carteira assinada, profissionais liberais que, até então, precisavam se virar com dinheiro vivo para tudo, sem controle real dos gastos, correndo sempre o risco de assalto na próxima esquina e não se beneficiando das facilidades que a evolução tecnológica trouxe para o sistema financeiro.

Meios de pagamento

Por intermédio de fintechs como a Acesso, essas pessoas hoje podem transacionar de forma segura, controlada e muito simples.
Isto é, por meio de cartões pré-pagos disponíveis na web e também em supermercados, é possível realizar compras online e físicas, inclusive no exterior, financiamentos, pagamentos de contas, transferências e recargas de celular.
Estima-se que as tarifas envolvidas nessas transações sejam pelo menos dez vezes menores do que os planos básicos oferecidos pelos bancos.
Além dos desbancarizados, há outro potencial público que não vê benefícios em ter conta num “banco tradicional” – e o número dessas pessoas já é alto.
São os desbancarizados por opção, ou seja, aqueles que estão começando a preferir controlar seus gastos, investimentos e aplicações diretamente, eximindo-se da intermediação de instituições financeiras e, consequentemente, de suas tarifas.
Isso começa também a ganhar fôlego nas micro e pequenas empresas – um bom exemplo são os personal trainers, vendedores autônomos, freelancers e por aí vai –  que começam a fazer e receber pagamentos por meio de cartões pré-pagos, wallets e apps.
Motivos para isso não faltam: custos reduzidos, desburocratização dos processos, maior agilidade e segurança.
Enfim, assim como as operadoras estão dando milhares de minutos de SMS para tentar reter e fidelizar a turma do ‘zap zap’, não será de se admirar se os bancos começarem a abrir mão de taxas de anuidade e de transferências logo mais.
Até lá as fintechs terão se consolidado como marcas de confiança por esses públicos no mercado financeiro.

  • Paulo Kulikovsky é CEO da Acesso

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