A fase de divulgação dos sistemas de pagamentos móveis já passou. Segundo Edlayne Altherman Burr, diretora da Accenture, 56% das pessoas já sabem que dá para pagar com o celular.
“Antes, a prioridade era a educação dos consumidores”, explica Burr, que participou hoje do evento Cards Payment & Identification 2017, em São Paulo. “Atualmente, é entender o que leva ao uso dos pagamentos móveis.”
Os dois grupos que mais adotam os pagamentos digitais são os millennials (nascidos de meados da década de 1990 até o começo da década de 2000) e os consumidores de renda mais alta.
Alta renda
Ao contrário do que a maioria pode pensar, o uso de meios digitais de pagamento é maior entre os consumidores de alta renda do que entre os millennials.
Uma pesquisa mundial da Accenture mostrou que 35% das pessoas no grupo “mass affluent” (alta renda) usam pelo menos semanalmente usam o celular para pagamentos em lojas físicas, comparados a 28% dos millennials e 18% do total da população.
A maioria das pessoas planeja aumentar o uso de meios digitais nos próximos anos. Para a diretora da Accenture, uma forma de incentivar o uso seriam planos de recompensas, pontos e cupons.
Burr destacou que, de forma geral, a velocidade com que o brasileiro adota novas tecnologias é maior que a média mundial.
“Quando não recebe o prometido, também é mais revoltado”, afirmou. “O consumidor brasileiro abandona mais fácil o prestador de serviço, é mais difícil de voltar e reclama mais nas redes sociais.”
A Febraban informou recentemente que, no Brasil, as transações bancárias por celular já ultrapassaram o internet banking.
Tendências tecnológicas
A partir do estudo Accenture Techvision 2017, a executiva destacou cinco tendências para o setor financeiro brasileiro:
- Definir novas normas – 71% das empresas financeiras do Brasil consideram entrar num consórcio de tecnologia que ajude a definir regras para a indústria.
- Design para seres humanos – 53% das empresas financeiras brasileiras planejam uso extensivo de análise do comportamento humano e insights para guiar a definição da experiência do cliente.
- Força de trabalho líquida – 88% concordam que as organizações que integram com êxito uma força de trabalho líquida em seu modelo de negócios ganharão vantagem competitiva significativa por meio da inovação.
- Poder do ecossistema – 79% dos executivos acreditam ser muito importante adotar um modelo de negócios baseado em plataformas e envolver-se em ecossistemas com parceiros digitais.
- Inteligência artificial é a nova interface do usuário – 91% concordam que a inteligência artificial vai revolucionar a maneira como eles ganham informações e interagem com os clientes.