Pesquisadora brasileira desenvolve nariz eletrônico para avaliar cerveja

Protótipo e-nose avalia amostras de cerveja com sensores e inteligência artificial / Divulgação
Compartilhe

Protótipo e-nose avalia amostras de cerveja com sensores e inteligência artificial / Divulgação
Protótipo do e-nose avalia amostras de cerveja com sensores e inteligência artificial / Divulgação

Doutora em engenharia química, a brasileira Amanda Reitenbach desenvolveu um protótipo eletrônico para identificar aromas em diferentes tipos de cerveja.
Com uma série de sensores acoplados a um arduino (placa microcontroladora), o e-nose detecta compostos indesejáveis em amostras de cervejas.
O protótipo foi construindo durante o período que Reinbach atuou como pesquisadora da universidade alemã Versuchs- und Lehranstalt für Brauerei in Berlin (VLB) eV.
Por e-mail, o instituto de pesquisa para a cerveja e bebidas de produção da universidade alemã informou que Reitenbach participou do programa de pesquisas entre janeiro de 2014 e outubro de 2016, criando o dispositivo e realizando testes práticos com ele.
Ainda segundo a instituição alemã, as pesquisas para o e-nose faziam parte do projeto de doutorado da brasileira realizado na Universidade Federal de Santa Catarina.
Com o projeto, a engenheira queria criar um produto que ajudasse na eliminação dos chamados off-flavors, considerados um dos mais problemas da indústria cervejeira hoje.
“Como já atuava na área, compreendia a necessidade busquei fazer desenvolver uma ferramenta que possibilitasse essa análise de forma precisa, avaliando e detectando os compostos indesejáveis, de baixo custo para que ser acessível a todas microcervejarias”, explica a pesquisadora, que também é diretora do Science of Beer Institute.

Fabricação

O protótipo tem a intenção de ajudar os produtores cervejeiros a adequarem seus produtos para os diferentes tipos de clientes.
Para isso, o nariz eletrônico usa inteligência artificial, que analisa os dados captados pelo nariz virtual. Com a tecnologia, o e-nose aprende todos os tipos de aromas e ajuda na produção da cerveja.
Com os sensores do nariz eletrônicos pré-aquecidos a amostra é “cheirada” pelo protótipo.
A partir de então, em poucos segundos o equipamento indica quais substâncias existem na amostra, de acordo com os dados que o nariz foi treinado a identificar.

Escala

A ideia já atraiu o mercado cervejeiro. Reinbach conta que já está em contato com empresas para fabricar o e-nose e colocá-lo no mercado.
Em 2016, o mercado cervejeiro faturou R$ 77 bilhões, segundo a Associação Brasileira da Indústria da Cerveja (Cerv Brasil). O valor corresponde a 1,6% do PIB do País.
A cientista afirma, no entanto, que a tecnologia do protótipo pode ser usada por outros setores.
“É possível fazer esse mesmo nariz voltado a outros compostos para analisar frutas ou outras bebidas. Inclusive são usados sensores a gás e nariz eletrônico como o nosso até para identificar doenças em tratamentos médicos. A aplicabilidade é bem vasta, mas requer alguns ajustes de acordo com o que se quer analisar”, completa.


Compartilhe
Publicação Anterior

TV paga perde 105 mil assinantes em janeiro

Próxima Publicação

HP aposta em impressora com tanques de tinta para jovens e PMEs

Veja também

Programa da Votorantim Metais seleciona 18 startups

Compartilhe

CompartilheA Votorantim Metais anunciou as 18 startups que continuarão no programa Mining Lab, focado em novas empresas com soluções nas áreas de energia renovável e nanotecnologia, aplicáveis à mineração. Neste mês, as startups selecionadas passam […]


Compartilhe