Como a tecnologia transforma o plantio da cana de açúcar

Inovação no desenvolvimento de mudas de cana de açúcar deve aumentar a produção / Divulgação
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Inovação no desenvolvimento de mudas de cana de açúcar deve aumentar a produção / Divulgação
Inovação no desenvolvimento de mudas de cana de açúcar deve aumentar a produção / Divulgação

A inovação é essencial para aumentar a produtividade e reverter quedas de produção e venda. A agricultura está entre os setores da economia brasileira que mais investem em tecnologia.
No Produto Interno Bruto (PIB) de 2015, a agropecuária foi o único setor que cresceu. A estimativa é que, neste ano, a tendência se mantenha, sem as incertezas que dominam outros mercados.
A cana de açúcar foi um dos produtos que alavancou a agropecuária nos últimos anos. Análises do governo dão conta de que a produção de cana cresceu 2,4% em 2015, o que garantiu o fortalecimento do setor.
A estimativa para a safra de 2016/2017 é de 694,54 milhões de toneladas em produção de cana de açúcar.

Produtividade

Projetos inovadores do interior de São Paulo podem acelerar ainda mais a produção.
O Instituto Agronômico de São Paulo (IAC) desenvolveu uma série de mudas pré-brotadas de cana, com o objetivo de aumentar a produtividade dos canaviais e a receita do produtor.
O projeto é feito em parceria com a Cooperativa Agroindustrial (Coplana) e a Associação dos Fornecedores de Cana de Guariba (Socicana).
Os novos tipos de muda são resultados de oito anos de estudos, envolvendo análise de solo, individualização das gemas de cana, níveis de calor e de exposição dessas mudas ao sol.
A inovação é considerada histórica por especialistas. Segundo Marcos Guimarães de Andrade Landell, diretor do Centro de Cana do IAC as pesquisas vão mudar a forma milenar de produzir cana de açúcar no mundo.
“As técnicas de plantação de cana são as mesmas desde sempre no mundo inteiro e geram um desperdício muito grande, porque muitas mudas não brotam. Com a tecnologia a baixo custo e muito treinamento, o agricultor consegue aumentar muito a produção e renda”, diz.
Ao todo, 14 produtores de cana foram escolhidos para testar as mudas pré-brotadas. As primeiras mudas foram doadas pelo IAC para teste.
Para completar a demanda, os agricultores cadastrados passam por treinamento para aprender a produzir as próprias mudas.
“Ensinamos sobre como usar guilhotina para individualizar as gemas de forma mais produtiva, além de analisar o solo para torná-lo propício ao pré-brotamento. Também explicamos sobre nutrição e manejo”, completa Landell.
Por conta da inovação no plantio, a Coplana recebeu no ano passado o Prêmio Somoscoop, na categoria de Inovação e Tecnologia.

Estudo genético

José Rossato, presidente da Coplana, acredita que com o estudo genético das mudas em mãos será mais fácil aumentar a produção. Isso porque, antes do plantio o produtor já saberá quais mudas conseguirão sobreviver.
“A percepção do produtor que usa essas mudas é de que a colheita será muito melhor do que a dos anos anteriores. A nossa estimativa é de 100 toneladas de canas produzidas em cinco cortes; a média atual é de 72 toneladas”, diz.
A tecnologia, que deve aumentar os lucros e diminuir os gastos, já interessa produtores de todos os tamanhos.
“A tecnologia é aberta e pode ser conhecida pelo IAC. E já sabemos de multinacionais que estão trabalhando para transformar essas mudas em insumos”, completa Rossato.
Atualmente, apenas a cana de açúcar usa a tecnologia. A expectativa do presidente da Coplana, no entanto, é que seja espalhada para outros tipos de plantio.
“Plantações que são feitas a partir de mudas podem usar essa tecnologia para melhorar sua produção. É preciso analisar cada situação, mas não é impossível”, diz.


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