Há quatro anos, assisti a uma palestra de Peter Thiel, investidor do Vale do Silício e cofundador do PayPal. Durante evento Fortune Brainstorm Tech 2012, em Aspen, ele criticou o custo do ensino superior nos Estados Unidos.
Primeiro investidor externo do Facebook, Thiel criou uma bolsa para incentivar jovens empreendedores a abandonarem a universidade.
Thiel é polêmico. Foi um dos poucos bilionários do setor de tecnologia a apoiar a candidatura de Donald Trump. Ele discursou na convenção republicana e doou US$ 1,25 milhão para a campanha do presidente eleito.
“O que me atraiu muito nele foi sua habilidade de articular um conjunto de posições que estão muito distantes do que eu acho ser um consenso político muito estreito em Washington”, afirmou Thiel ao Wall Street Journal.
“E acho que precisamos olhar para soluções fora desse consenso estreito se quisermos deixar para trás a economia de bolha, a era de estagnação em que vivemos por talvez um quarto de século”, completou.
Para o investidor, existem bolhas no mercado de bônus e de imóveis suburbanos, na educação e na saúde dos EUA.
‘É a economia, estúpido’
Ao New York Times, Thiel afirmou que Hillary Clinton parece ter se esquecido do slogan “É a economia, estúpido”, com que seu marido venceu as eleições em 1992.
Ele acredita que Bernie Sanders teria sido uma escolha muito melhor dos democratas para enfrentarem Trump. “Seriam dois candidatos que concordam a respeito da estagnação do país, mas que têm prescrições políticas bem diferentes”, afirmou.
A maioria dos bilionários da tecnologia, como Jeff Bezos, da Amazon, e Tim Cook, da Apple, apoiou Hillary. Thiel chegou a sofrer pressão no Vale do Silício para deixar o conselho do Facebook, por causa de seu apoio a Trump.
Com fortuna pessoal avaliada em US$ 3 bilhões, Thiel não planeja assumir um cargo no novo governo. O investidor, no entanto, espera ser um conselheiro informal do presidente eleito em temas de tecnologia.