Fintechs, insurtechs e proptechs reinventam mercados

Fintechs, insurtechs e proptechs crescem durante a pandemia. / Unsplash
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Fintechs, insurtechs e proptechs crescem durante a pandemia. / Unsplash
Fintechs, insurtechs e proptechs crescem durante a pandemia / Unsplash

Embora a pandemia não tenha diminuído e algumas restrições se mantenham, cada vez mais pessoas e organizações precisam de soluções remotas que atendam suas necessidades.

Nesse contexto, o interesse está crescendo em uma série de empresas que possuem o digital em sua essência e fornecem serviços de maneira totalmente virtual.

Nesse cenário, empresas dos setores fintech, insurtech e proptech, que – como os nomes sugerem – utilizam a tecnologia para inovar em finanças, seguros e propriedades, ganham destaque.

Fintechs

Jorge Castellar, da Bricksave / Divulgação

Provavelmente, as mais conhecidas são as startups de serviços financeiros, as chamadas fintechs, que oferecem serviços vinculados às clássicas operações digitais financeiras ou bancárias geralmente realizadas por meio de um aplicativo.

Em franco crescimento no Brasil, vêm ganhando adeptos entre usuários que buscam acesso a serviços de forma simples e menos burocrática.

Segundo dados do Distrito Fintech Report, em 2019, a área atraiu US$ 910 milhões em aportes, 35% dos investimentos em venture capital no Brasil contabilizados no período.

Com presença em uma variedade de atividades – desde a emissão de cartões de crédito à organização financeira familiar -, elas geralmente oferecem benefícios que excedem o conforto de operar remotamente, como comissões mais baixas e melhor acesso ao crédito.

Embora, no início, muitas dessas empresas fossem vistas com desconfiança por um sistema tradicional e distante de grandes disrupções, como o bancário, hoje muitas das fintechs são reguladas pelos órgãos competentes e operam de maneira totalmente legal.

Insurtechs

Enquanto isso, startups ligadas ao setor de seguros, conhecidas como insurtechs, surgiram nos últimos anos entre as seguradoras.

Essas empresas, cujo mercado aumentou 47% desde 2018, segundo dados da KPMG, estão redesenhando a área de serviço na área de seguros com processos baseados inteiramente em tecnologia.

Ainda de acordo com a consultoria, o Brasil tem atualmente 113 empresas desse tipo, sendo que quase metade delas com foco em infraestrutura e backend (processo interno), com 47,8% trabalhando em parceria com seguradoras já existentes e resolvendo problemas de eficiência do mercado.

Modernizar processos, automatizar algumas operações e permitir uma melhoria em termos analíticos, com impacto em todas as áreas do ecossistema, são algumas das vantagens das Insurtechs.

O cálculo múltiplo, por exemplo, permite que a mesma pessoa acesse cotações simultâneas de várias companhias de seguros automaticamente, preenchendo um único formulário.

Proptechs

Com a mesma lógica das duas anteriores, as startups responsáveis por trazer inovação aos modelos de negócios e produtividade nas transações no setor de real state, conhecidas como proptechs, oferecem produtos tecnologicamente inovadores ou novos modelos de negócios no mercado imobiliário, outro setor tradicionalmente relutante em mudar.

Essas empresas atravessam a cadeia de valor imobiliário e mostram a sua força no mercado. 

De acordo com um estudo do CB Insights, em 2016, as proptechs receberam, em todo o mundo, US$ 2,69 bilhões em investimentos, em mais de 277 negócios concretizados.

Você pode começar criando um projeto imobiliário com inteligência artificial e chegar à venda e compra do imóvel completamente online, passando por um sistema de financiamento inovador, como o crowdfunding imobiliário, que oferece uma renda segura em dólares e 100% conectados.

Futuro das empresas

Em todos esses casos, os serviços se tornam mais acessíveis, menos burocráticos, igualmente seguros e, em muitos casos, mais baratos.

Para muitos dos que historicamente participam de setores permeados pelas fintechs, insurtechs e proptechs, essas mudanças significam uma reinvenção de seu modelo de negócios.

Para a maioria dos usuários, no entanto, isso parece a coisa mais natural do mundo: se eles já arquivam todo o seu trabalho ou fotos em uma nuvem pela qual pagam alguns dólares ou reais, por que deveriam arquivar tantos papéis e pagar comissões excessivas?

Por que eles não podem executar os procedimentos por meio de um telefone celular com conexão à internet?

Isso não significa, necessariamente, o fim das empresas tradicionais – muitas se adaptaram bem às mudanças -, mas representa uma oportunidade de se concentrar novamente no fornecimento de serviços que simplificam a vida das pessoas.

Um legado que, seguramente, irá muito além do coronavírus.

  • Jorge Castellar é diretor global de Vendas na Bricksave

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