Tecnologia leva inclusão financeira às classes C, D e E

Com auxílio da tecnologia, mais pessoas serão incluídas no mercado financeiro / Unsplash
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Com auxílio da tecnologia, mais pessoas serão incluídas no mercado financeiro / Unsplash
Com auxílio da tecnologia, mais pessoas serão incluídas no mercado financeiro / Unsplash

A fatia desbancarizada da população brasileira é enorme e só agora, com a ajuda da tecnologia, essas pessoas passaram a ser consideradas e atraídas ao sistema financeiro.

Uma pesquisa do Instituto Locomotiva mostra que o Brasil tem 45 milhões de excluídos do sistema bancário.

Estatística brasileira

Roberto Marinho, da Conta Zap / Divulgação
Roberto Marinho, da Conta Zap / Divulgação

Responsáveis pela movimentação de R$ 820 bilhões por ano fora dos bancos, sete em cada dez sem-conta bancária no Brasil declaram ser negros ou pardos e apenas 6% cursaram o ensino superior.

Além da exclusão financeira, essas pessoas também são socialmente excluídas, não possuem acesso à internet, educação e conteúdo de qualidade para se manterem bem informados.

Neste cenário, os grandes bancos brasileiros dão conta de absorver a fatia do bolo dos desbancarizados que ganha a partir de R$ 3 mil, perfil que se adequa melhor ao seu modelo de negócios, às taxas e à margem de lucro esperada.

Mesmo com a inclusão dessa fatia, ainda resta uma grande parte do bolo desassistida, composta pelos que ganham menos ainda e dependem de casas lotéricas para realizarem suas transações financeiras.

As fintechs com soluções para operar microtransações surgem com o desafio de ganhar a confiança desse cliente, habituado a receber pagamentos somente em dinheiro, pagar financiamentos por meio de boletos, comprar fiado e que acredita mais na segurança do dinheiro físico guardado em casado do que no digital.

Segundo a última versão do Global Findex Database, levantamento feito pelo Banco Mundial a cada três anos, 69% dos adultos do mundo tinham conta em instituições financeiras em 2017.

Em 2014, eram pouco mais de 50%.

De acordo com o relatório, 70% da população brasileira com mais de 15 anos tinha conta em 2017, sendo que, na pesquisa anterior, a parcela era de 68%.

Apesar de ocupar a posição de liderança na América Latina, o Brasil está atrás de seus parceiros nos Brics – Índia, China e Rússia.

Estatística mundial

A Índia, por exemplo, promove três vezes mais a inclusão financeira do que o Brasil.

Com expectativa de movimentar R$ 5,5 trilhões em 2023, o mercado indiano de pagamentos digitais conta com startups como a PayTM, que iniciou as operações com oferta de recargas de celular e cresceu fornecendo serviços financeiros a pessoas desbancarizadas.

Além disso, o WhatsApp é utilizado por mais de 400 milhões de usuários para pagamentos digitais no país.

E os bons exemplos não vêm apenas dos BRICs.

O continente africano, com seu enorme potencial de mercado, tem quase 60% da população ainda sem conta bancária, mas a tecnologia já atua para mudar esse cenário.

Por lá, a M-Pesa, serviço de banco por celular que oferece pagamentos móveis via SMS, conta com cerca de 200 milhões de assinantes que processam aproximadamente 16 milhões de transações por dia.

Aliando-se à tecnologia

As semelhanças estruturais do Brasil com esses países nos fazem pensar sobre motivo de termos aqui uma realidade diferente.

Um ponto chave ao endereçar essa questão está no uso da tecnologia como aliada no ataque ao problema da desbancarização e todas suas consequências negativas para a população.

O Brasil já tem mais smartphones ativos do que pessoas e o uso do sistema de mensageria pelo celular, como o WhatsApp, que não requer pacote de dados nem demanda memória, é uma importante ferramenta para promover a inclusão financeira dos desassistidos pelo sistema bancário tradicional e dar acesso a crédito às pessoas com dívidas ou negativadas.


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