Atualmente, 70% das fraudes no Brasil são fruto de captura de dados por meio de engenharia social.
Ou seja: o fraudador engana o cliente, fazendo-se passar por instituição financeira, lojista ou alguém conhecido, para obter informações.
Assim, mais do que recursos tecnológicos, é preciso conscientizar a população dos riscos desse tipo de golpe e de como identificá-los corretamente.
“Não adianta ter tecnologia no banco se o cliente passa os seus dados para o fraudador”, disse Adriano Volpini, diretor setorial de prevenção a fraudes da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e diretor de segurança corporativa do Itaú Unibanco. “Conscientização é a chave.”
Foco das fraudes
Existe uma série de golpes para roubar dados tanto no mundo físico quanto no digital.
Mas são as fraudes virtuais as que mais preocupam hoje. Afinal, o e-commerce tem apresentado crescimento no País e um golpe por lá pode ser massivo.
“Enquanto uma fraude física atinge uma pessoa por vez, o golpe digital tem um grau de penetração maior”, disse Volpini.
Aplicativos e links maliciosos, por exemplo, emulam um banco ou instituição conhecida para coletar dados em troca de uma recompensa falsa.
Já no WhatsApp, criminosos enviam mensagens se passando por funcionários do banco para solicitar dados. Ou, ainda, fingem ser uma pessoa conhecida pedindo dinheiro emprestado.
Volpini ressalta que é preciso prestar atenção em todo o ambiente digital.
“Seus dados pessoais, seus dados de conta, seus dados de cartão jamais serão solicitados. Proteja seus dados”, finaliza.
Cuidados
Primeiramente, Adriano Volpini chama a atenção de que o usuário precisa estar sempre atento no mundo digital.
Ao clicar em links, responder mensagens ou até clicar numa aba de promoção no buscador.
Afinal, na Black Friday e no Natal, fraudadores se valem da vontade dos usuários de encontrar promoções.
Por isso, antes de informar dados, é preciso checar se tudo ali é verídico.
“Tenha senhas diferentes, desconfie de solicitações de recadastramento, ative a autenticação de dois fatores. Também evite redes de wi-fi desconhecidas e só baixe aplicativos em lojas oficiais”, disse o executivo.
“É preciso compreender para onde estão indo os seus dados para que nada de errado seja feito com eles.”
Campanha
Dada essa situação, a Febraban vai começar uma campanha para levar essa conscientização para o público.
Entre os dias 20 e 26 de outubro, 18 bancos, juntos à entidade, vão divulgar as práticas de conscientização em suas redes sociais.
Afinal, ele chama a atenção de que fraudadores estão sempre se adaptando e tentando capturar novos públicos.
“Se a gente aumenta o muro, o fraudador aumenta a escada. É preciso ter uma educação contínua de práticas”, disse Volpini.
“Nessa campanha, vamos falar sobre os principais golpes de maneira emocional. Não vamos para o lado técnico. Queremos levar educação digital.”
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