Como preparar o Brasil para competir no ambiente de inovação

A Universidade Stanford é essencial para o ecossistema de inovação da Califórnia / Jeff Plentz/Divulgação
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A Universidade Stanford é essencial para o ecossistema de inovação da Califórnia / Jeff Plentz/Divulgação
A Universidade Stanford é peça essencial do ecossistema de inovação da Califórnia / Jeff Plentz/Divulgação

No cenário atual global, tanto para empresas quanto para nações, a palavra de ordem é inovar ou morrer. No campo empresarial, a competição é ferrenha, seja no setor de serviços, seja na indústria tradicional.
A velocidade com que mudanças ocorrem nos mercados consumidores coloca em cheque ideias convencionais, que na maioria das vezes só conseguem evoluir de forma orgânica, incremental.
Todavia, a chave da sobrevivência está na disruptura e na inovação radical.
A empresa brasileira está pronta para competir nesse ambiente? E o Brasil como nação? Temos a cultura e as ferramentas para isso?
Um elemento fundamental da cultura de competitividade é a criatividade. Quando é escassa, nada acontece.

Ecossistemas e recursos

Jeff Plentz, da TechTools / Divulgação
Jeff Plentz, da TechTools / Divulgação

Podemos ficar tranquilos nesse quesito porque o Brasil é considerado um dos países mais criativos do mundo. Por outro lado, embora essencial, a criatividade não é o único elemento necessário. Existem variáveis indispensáveis.
Uma delas é a existência de ecossistemas eficazes e capazes de fazer ideias evoluírem e se transformarem em valor para a sociedade (o famoso da teoria à prática).
Outra é a abundância de recursos (financeiros, entre outros, mas nunca esquecendo do capital humano capacitado). Se essas variáveis não estão presentes, não tem como fomentar a inovação.
Há décadas ouvimos que o Brasil é um gigante adormecido, com dificuldade para acordar.
E uma infinidade de razões endêmicas mantém o país numa letargia, sem estímulo para competitividade: nem dormindo, nem acordado, o País perde a oportunidade de se posicionar globalmente como nação inovadora e competitiva.
Dois de nossos maiores soníferos são a burocracia e a falta de planejamento, processos e métodos.
Precisamente, a ausência desses últimos ingredientes faz com que chegada a hora da execução, nossa produção seja sempre amadora, marcada por pobres indicadores de desempenho.
O número de patentes brasileiras por habitante é insignificante se comparado às outras sete maiores potências mundiais.
Nesses países existem estruturas que favorecem a inovação. Há investimentos conscientes em recursos crescentes e substanciais no desenvolvimento do potencial inovador das empresas.
Isso acontece porque existe a compreensão que processos inovadores, novos produtos e patentes estão diretamente ligados ao desenvolvimento econômico e ao aumento da renda per capta.

Eficiência de inovação

Em estudo recente, publicado pela Universidade Cornell, pelo Insead e pela Organização Mundial de Propriedade Intelectual em 130 países que correspondem a 98% do Produto Interno Bruto (PIB) global, os primeiros colocados em eficiência de inovação são a Suíça, a Grã-Bretanha, a Suécia, a Holanda e os Estados Unidos.
Muito longe desse pódio, o Brasil está classificado como inovador ineficiente. Não é de espantar.
O Brasil investe apenas 1,2% do seu PIB em pesquisa e desenvolvimento. A China e o bloco europeu, mais inovadores, investem o dobro (dados da OCDE).
O problema foi diagnosticado. Agora a questão é tomar o remédio para se curar.
Duas das medidas urgentes para aumentar a eficiência do Brasil e suas empresas são a criação de um sistema nacional de inovação eficiente e o apoio para que as empresas possam tomar as rédeas da transformação da pesquisa e desenvolvimento em aplicações comerciais comprovadas, por meio do fortalecimento da colaboração entre empresa privada e universidades.


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