Circuito Fora busca startups em cidades brasileiras pequenas e médias

O mercado de aceleradoras é considerado consolidado e primordial para as startups brasileiras /Steven Zwerink/ Flickr / Creative Commons
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A aceleradora Circuito Fora procura startups fora do eixo Rio-São Paulo /Steven Zwerink/ Flickr / Creative Commons
A Circuito Fora seleciona startups fora do eixo Rio-São Paulo /Steven Zwerink/Creative Commons

Estruturas de apoio para startups têm um papel cada vez mais fundamental.
Segundo pesquisa de 2016 da Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec), em parceria com o Sebrae, o Brasil possui cerca de 369 incubadoras de empresas, 90 parques tecnológicos e 35 aceleradoras de negócios.
O estudo também apontou que um programa de apoio às startups cabe em diferentes realidades econômicas, sendo mais importante a estruturação do programa de desenvolvimento do que a localização física do projeto.
Estar localizado num grande centro urbano com acesso a tecnologias, força de trabalho mais qualificada e com maior nível educacional e disponibilidade de capital de investimento são fatores que ajudam no fortalecimento dos empreendimentos, mas não são condições determinantes para o sucesso.

Cidades pequenas e médias

Foi com essa ideia que nasceu a Circuito Fora, aceleradora focada no desenvolvimento de negócios em cidades pequenas e médias no Brasil e na América Latina.
Rom Justa, cofundador do Circuito Fora e responsável pela expansão do projeto na América Latina, acredita que nos próximos 20 anos haverá uma migração de núcleos de inovação para cidades fora dos grandes eixos.
“Decidimos criar um projeto global chamado Outbound. Inicialmente funcionou muito mais como um think tank para investimento e desenvolvimento desses negócios ‘fora do eixo’, com foco em América Latina e Ásia. A cada país que chegamos, o Outbound ganha um nome local e, aqui no Brasil, batizamos o projeto de Circuito Fora”, explica Rom.
O modelo de negócios da aceleradora consiste em um programa de mentoria, com duração de seis meses a um ano, que oferece suporte e orientação aos empreendedores quanto à gestão do negócio e sua competitividade, entre outras questões essenciais ao desenvolvimento de uma empresa.
Todo o programa é pago pelo mentorado e, durante o processo, ele precisa mostrar evolução para ganhar a pontuação necessária e participar de um levantamento de fundos com a Circuito Fora.
A partir daí, o modelo financeiro é mais próximo da um processo de investimento-anjo.
“Não focamos apenas em ferramentas de gestão, liderança, fluxo de caixa e afins, também focamos no desenvolvimento da inteligência emocional, intuição, do propósito e resiliência dos nossos mentorados”, garante Rom.

Seleção de startups

Atualmente, a empresa seleciona 20 startups no Brasil, em cidades fora do eixo Rio-São Paulo, que tenham faturado a partir de R$ 10 milhões em 2016.
As selecionadas precisam comprovar inovações relevantes em áreas como design organizacional, produtos ou serviços, estratégia de negócios e posicionamento de marca.
A Circuito Fora está em processo de construção de um fundo de investimento próprio no Brasil.
A empresa possui 15 colaboradores e conta com uma rede de mentores, paraninfos e embaixadores para apoiar os mentorados, além de uma rede de contatos que inclui Endeavor, Organizações das Nações Unidas (ONU) e universidades como Harvard, Stanford e Singularity.

Mapeamento de ecossistemas

A procura por modelos de desenvolvimento econômico de startups no país é promissora, mas é preciso que o mercado esteja atento às dificuldades que empresas criadas fora dos grandes pólos de empreendedorismo podem sofrer.
Disponibilidade escassa de capital de risco, fuga de talentos, pouca estrutura de mentoria ou aconselhamento, resistências culturais e sociais são alguns dos entraves comuns para esses negócios.
“Há em curso uma mudança no tabuleiro político-econômico global que pode beneficiar o Brasil, mas é um longo caminho. É fundamental que outro hubs de inovação se solidifiquem pelo país, evitando o risco de ficarmos sempre concentrados nas mesmas regiões, limitando o espectro possível de desenvolvimento regional através do empreendedorismo”, explica Rom.
Para mostrar como funciona o ecossistema de negócios brasileiro atual, a Circuito Fora desenvolve um mapeamento para mostrar as regiões e cidades que desenvolvem um ambiente de negócios adequado, focado em expertises como economia criativa, agronegócios, tecnologia da informação (TI) ou turismo.
Os resultados serão divulgados em junho de 2017.


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