A internet das coisas (IoT, na sigla em inglês) deve trazer grandes mudanças ao setor de saúde.
Armazenar e monitorar sinais vitais de pacientes por meios de dispositivos é uma das apostas da telemedicina.
Com os aparelhos, os hospitais tendem a economizar, os médicos passam a ter informações mais precisas e contínuas e os pacientes ganham comodidade, sem ter de ir constantemente a hospitais para fazer exames.
Disputam o mercado global gigantes como GE, Philips e até Apple. No Brasil, a telemedicina tem atraído cada vez mais clientes e investimentos.
“Quando começamos, em 2004, muitos olhavam com interesse, mas com receio de pagar por telemedicina. Naquela época era difícil de saber quanto valia um serviço de monitoramento como esse”, diz Marcus Figueredo, diretor executivo da Hi Technologies.
Hardware e software
A startup curitibana tem como produto um dispositivos com várias aplicações. O preço do hardware pode variar de R$ 2,7 mil a R$ 6,9 mil, dependendo das licenças de software embutidas.
Com o aparelho em mãos, o cliente pode escolher os aplicativos de monitoramento de sinais vitais que quer ter.
Cada aplicação tem um valor e forma de pagamento, podendo ser por assinatura mensal ou por licença. Há aplicações gratuitas e outras que custam R$ 600 por mês.
A maioria dos clientes da startup são hospitais e empresas de home care. Mas algumas secretarias de saúde, médicos de pequenos consultório e empresas de ambulância já mostram interesse em monitoramento preciso feito à distância.
Para garantir que as informações não sejam alteradas ou perdidas, os dados são criptografados e são acessados somente pela plataforma da Hi Technologies.
Por meio dela, também que são feitos downloads e gerenciamento dos aplicativos que rodam no hardware.
“Percebemos que é muito comum um cliente começar com um ou dois aplicativos e posteriormente comprar os demais serviços”, diz Figueredo.
Impactos do IoT
O executivo acredita que o mercado de IoT deverá facilitar a introdução da telemedicina em mercados tradicionais tornando a tecnologia mais fácil de entender.
A startup brasileira não teme a concorrência de dispositivos como relógios e pulseiras inteligentes.
“Os vestíveis estão mirando em sensores de saúde, mas faltam a eles a percepção de quais informações médicas são realmente importantes para o tratamento do paciente. Até o momento, nenhuma dessas pulseiras e relógios resolvem esse problema”, diz o Figueredo.
Neste ano, a Hi Technologies pretende criar um novo hardware capaz de fazer exames como glicemia, colesterol e identificação de doenças infecciosas.
A nova família de dispositivos deve chegar ao mercado ainda neste trimestre.