CES 2017: Nissan mostra que carro não será tão autônomo

Carlos Ghosn, da Nissan, falou sobre carros autônomos e carros elétricos durante a CES / Renato Cruz/inova.jor
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Carlos Ghosn, da Nissan, falou sobre carros autônomos e carros elétricos durante a CES / Renato Cruz/inova.jor
Carlos Ghosn, da Nissan, falou sobre carros autônomos e carros elétricos durante a CES / Renato Cruz/inova.jor

LAS VEGAS
O brasileiro Carlos Ghosn, presidente mundial da Nissan, apresentou ontem (6/1) seu plano para acabar com as vítimas nos acidentes de carros e com a emissão de poluentes.
Os carros autônomos e os carros elétricos são, atualmente, as duas tendências mais quentes do mercado automobilístico.
A Nissan é a maior fabricante de carros elétricos do mundo, com 250 mil unidades vendidas do Leaf, lançado em 2010. A Tesla está em segundo lugar, com pouco mais de 150 mil unidades vendidas do Model S.
Cerca 93% dos acidentes em estradas são causados por erro humano. Daí a importância do carro autônomo para evitar fatalidades ao volante.
A Nissan planeja testar carros autônomos no Japão neste ano. No ano que vem, quer lançar veículos com autonomia limitada em estradas e, em 2020, carros capazes de andar sozinhos nas cidades.
“Desenvolvemos a tecnologia para carros de mercado de massa, e não para veículos premium”, afirmou Ghosn, durante a CES 2017, evento de eletrônicos em Las Vegas. “É aí que ela terá o maior impacto.”

Ajuda remota

Mas, pelo menos nos primeiros anos, ainda haverá situações que os carros não conseguirão enfrentar autonomamente.
Maarten Sierhuis, diretor do Centro de Pesquisas da Nissan no Vale do Silício, deu dois exemplos. Num deles, uma equipe de reparos interrompe o caminho, e a única maneira de passar é pegar a pista à esquerda, na contramão.
Em outro, a equipe interrompe o cruzamento e, apesar de o sinal estar vermelho, um agente de trânsito indica que os carros devem ignorar o sinal.
Acontece que os carros autônomos são programados para nunca avançar o sinal fechado ou pegar a contramão.
Em casos como esses, a solução proposta pela Nissan é colocar pessoas numa central de atendimento, para analisar os dados capturados pelo carro e dizer a ele o que fazer.
“Um sistema autônomo sem a participação de pessoas é um sistema inútil”, afirmou Sierhuis.
A visão da Nissan contesta grande parte do que vem sendo falado pelos defensores dos carros autônomos, ao mostrar que os veículos vão precisar de apoio remoto de uma equipe atendimento, como se fosse um call center.
No exemplo apresentado por Sierhuis, uma atendente remota traça num mapa digital o caminho na contramão que o carro deve tomar para circundar a equipe de reparos, e essa informação é repassada aos veículos que vêm depois.

Nasa e Microsoft

O sistema desenvolvido pela Nissan foi chamado de Seamless Autonomous Mobility (SAM, algo como Mobilidade Autônoma Contínua), e tem como base tecnologia desenvolvida pela Nasa, a agência espacial norte-americana.
Foi uma adaptação dos sistemas que permitiram o envio de sondas a Marte.
Para a navegação inteligente, a Nissan está incorporando a Cortana, assistente de voz da Microsoft, aos seus carros.
Jen-Hsun Huang, presidente e cofundador da Nvidia, também falou sobre carros autônomos na CES 2017.

  • O jornalista viajou a convite da Samsung

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