O mercado de relógios inteligentes tem ficado aquém das expectativas de fabricantes e analistas.
Muitos achavam que ele poderia ser tão grande quanto o de smartphones, mas o smartwatch acabou se provando, pelo menos até agora, um produto de nicho.
Hoje (13/12), o Google anunciou a compra da Cronologics, que desenvolveu um sistema operacional para smartwatches baseado no Android, do próprio Google, e lançou recentemente um relógio chamado CoWatch.
O grande destaque do CoWatch é a integração da Alexa, interface de voz da Amazon. O time de desenvolvedores da Cronologics vai trabalhar nas novas gerações do Android Wear, plataforma de software para vestíveis do Google.
A Moto, que hoje pertence à chinesa Lenovo, anunciou recentemente que não tem planos de lançar novos modelos de seu relógio Moto 360, considerado uma das principais opções de Android Wear.
Queda ou crescimento
O mercado de relógios inteligentes é tão difícil que as consultorias não conseguem nem mesmo chegar a um consenso para dizer se ele cresce ou diminui.
No mês passado, a consultoria Canalys divulgou um estudo apontando alta de 60% no mercado de smartwatches no terceiro trimestre, com vendas de 6,1 milhões de unidades em todo o mundo.
A IDC, por outro lado, mediu queda de 51,6% no período, para 2,7 milhões de unidades. Em ambos os estudos a líder de mercado é a Apple, com uma fatia de mais de 40% para o Apple Watch.
A Samsung é a segunda maior fabricante, com participação de mercado entre 14% e 18%, dependendo da consultoria.
Fim do Pebble
Uma vítima recentemente no mercado de relógios inteligentes foi o Pebble.
A empresa surgiu de uma campanha de sucesso no Kickstarter em 2012, ao criar um relógio inteligente com tela de tinta eletrônica, de baixo consumo de energia.
A bateria de um Pebble de primeira geração, que tem tela em preto e branco, chega a durar uma semana. A tinta eletrônica só consome energia quando a imagem na tela muda.
Na semana passada, o Pebble encerrou suas atividades, depois da venda de alguns ativos (software e serviços na nuvem) e da transferência de parte da equipe de desenvolvedores para a Fitbit.
A empresa vendeu mais de 2 milhões de relógios. (Eu mesmo tenho um Pebble de primeira geração.)
O Pebble representava uma alternativa às plataformas do Google e da Apple, e produzia equipamentos de custo baixo e boa duração de bateria.
Segundo a Bloomberg, os ativos do Pebble foram comprados pela Fitbit por menos de US$ 40 milhões, o que não cobre as dívidas da companhia.