Num cenário de crise, faz sentido investir em bitcoins? Com a desvalorização do real e a expectativa de cobrança de impostos sobre transações, com um possível retorno da CPMF, os investidores brasileiros buscam alternativas de investimento.
O bitcoin é uma moeda virtual anônima, que não está vinculada a nenhum banco central, e o interesse por ela vem crescendo. No Brasil, estima-se que há cerca de 50 mil usuários da criptomoeda.
Em 2015, houve um total de R$ 113,1 milhões em transações com bitcoin no País, 158% a mais que no mesmo período no ano anterior. A estimativa é que as transações alcancem R$ 300 milhões até dezembro.
Mesmo com o crescimento exponencial dos últimos anos, o Brasil está longe de ter uma liderança mundial. Isso é refletido no número de empresas que aceitam a moeda em transações em solo brasileiro, um total de 15 mil estabelecimentos frente a 200 mil no mundo.
O avanço do interesse em bitcoins será tema de debate durante o evento Cards Payment & Identification 2016. O encontro acontecerá entre os dias 15 e 17 de junho em São Paulo.
Luiz Veiga, diretor da feira, acredita que a discussão do uso de bitcoins é importante para o mercado. “Notamos que as pessoas buscam mais informações sobre bitcoin. Existe uma parcela da sociedade que não quer mais ser bancarizada e o bitcoin pode ser uma alternativa para essas pessoas”, disse Veiga.
Para a preparação do debate, os organizadores da feira criaram o e-book “Bê-à-bá do bitcoin” para sanar as principais dúvidas sobre a moeda eletrônica. O livro pode ser baixado gratuitamente mediante um rápido cadastro.
Alternativa
Apesar do avanço, Veiga não acredita que a crise vai transformar o bitcoin num investimento importante.
“Acreditamos que o número de usuários vai aumentar, mas que esse momento não será disruptivo. O mercado está buscando algo alternativo e o bitcoin pode ser um bom investimento num futuro próximo, mas dependemos do amadurecimento natural do mercado e do interesse das pessoas”, completa o organizador da feira.