Apesar da crise econômica, startups brasileiras que atuam no mercado de educação tem despertado o interesse de grandes grupos do setor.
No mês passado, o Passeidireto.com, rede social em que universitários compartilham materiais de estudo, anunciou mais uma rodada de investimentos.
A Chegg, empresa americana de educação, liderou um grupo de investidores que aportou R$ 23 milhões na startup brasileira. Também participaram a Bozano Investimentos, Redpoint e.ventures e Valor Capital.
O investimento chegou num momento especial do Passeidireto.com, que começa a lançar produtos pagos. O primeiro deles se chama Exercícios Resolvidos, com respostas passo a passo para 42 dos mais populares livros didáticos de disciplinas como matemática, física, cálculo, química e contabilidade. A assinatura mensal custa R$ 14,90 e a anual R$ 10,90 por mês.
“Um terço dos alunos estudam direto os exercícios e nem se preocupam com a teoria”, afirma Rodrigo Salvador, presidente e cofundador do Passeidireto.com. O serviço é oferecido nos Estados Unidos pela Chegg, com o nome Textbook Solutions.
A rodada de investimentos deste ano é a terceira da história do Passeidireto.com. A empresa já havia levantado R$ 550 mil em 2012 e R$ 4,2 milhões em 2013.
Atualmente, o Passeidireto.com tem 6 milhões de usuários, sendo que entre 4,5 milhões e 5 milhões são realmente estudantes universitários. “Outro público que usa o Passeidireto.com são pessoas que prestam concursos”, explica Salvador.
Como existem cerca de 7 milhões de universitários no País, o Passeidireto.com precisa buscar novos mercados na área de educação para continuar a crescer. Segundo seu presidente, o plano é expandir as operações internacionalmente a partir do ano que vem.
Ensino adaptativo
Em outubro do ano passado, a Kroton, maior grupo brasileiro de educação, comprou a startup Studiare por R$ 4,1 milhões. As empresas já eram parceiras, em projetos como Desafio Nota Máxima e Trilha do Enem.
Especializada em ensino adaptativo, a Studiare oferece ferramentas de aprendizado via internet que se adaptam ao nível de conhecimento dos alunos.
“A tecnologia também vai nos ajudar no reforço de português e matemática para estudantes do ensino superior”, afirma Paulo de Tarso, vice-presidente de inovação e negócios da Kroton.
Segundo o executivo, entre os principais motivos de evasão estão deficiências nessas disciplinas básicas, que impedem os alunos de acompanharem cursos superiores.
“A Studiare é um bom case de aquisição de competência que a gente não não tinha”, afirma Tarso. Com sede no Rio, a Studiare emprega seis pessoas, incluindo os dois fundadores.