As impressoras 3D criaram uma nova forma de fabricação. Atualmente, esses equipamentos são essenciais para a prototipagem de produtos e podem ser empregados até na produção de peças que vão para a linha de produção.
A Cliever é uma startup brasileira criada em 2012 em Porto Alegre, especializada em impressoras 3D. A empresa acaba de lançar um modelo de alta precisão, chamado Cliever SL 1, e preço de R$ 32.290. O novo produto vem completar uma linha de máquinas mais simples, com preços a partir de R$ 4.250.
“Há quatro anos, era difícil para uma empresa brasileira ter acesso à tecnologia de impressão 3D”, afirma Rodrigo Krug, presidente da Cliever. “Existia uma grande demanda reprimida.”
Desde que foi criada, a Cliever vendeu cerca de 700 impressoras 3D, segundo Krug. “Nossos clientes não são somente empresas de porte menor. Temos máquinas instaladas nas principais montadoras de veículos e na Embraer.”
O presidente da Cliever explica que o desenvolvimento de fornecedores locais é um dos fatores que permitem reduzir custos. A resina usada pela impressora nova, por exemplo, é fabricada no Brasil.
A Cliever tem como concorrentes gigantes mundiais como a americana 3D Systems e a israelense Stratasys, dona da MakerBot, que fabrica impressoras de baixo custo, para uso doméstico.
No ano passado, a Cliever recebeu um investimento de R$ 2 milhões do fundo Criatec 2. Antes disso, já havia recebido recursos de investidores-anjo.
Mais precisão
A Cliever SL 1 usa uma tecnologia chamada estereolitografia. As peças impressas são formadas pela deposição de resina líquida, endurecida por um laser de alta potência.
Os modelos mais simples empregam a tecnologia FDM, sigla em inglês de modelagem por deposição de material fundido.
A estereolitografia permite a criação de objetos com camadas de material equivalentes a um décimo de espessura das que são obtidas com FDM, segundo Krug.
De acordo com o Wohlers Report 2015, o faturamento da indústria de impressoras 3D registrou uma expansão média anual de 33,8% desde 2012, atingindo US$ 4,1 bilhões em 2014. Para 2020, a expectativa é de que o faturamento do setor alcance US$ 21 bilhões.
O fundador da Cliever faz duas recomendações para o empreendedor que está começando agora. A primeira delas e não ter medo de colocar o produto no mercado.
“Tenho visto muito empreendedor de palanque, que fica só no discurso”, diz Krug. “Coloque o produto na rua e teste. Se não der certo, você melhora.”
A segunda recomendação é tratar bem o fluxo de caixa. “Chegamos a pegar empréstimo em banco para financiar começo da empresa, que acabamos de pagar recentemente”, explica o empreendedor. “Uma oportunidade é se financiar pelo próprio mercado. Fizemos muita pré-venda, e esse dinheiro foi usado para alavancar a produção.”